Baixinho Cesinha celebra gol de cabeça salvador
Lateral-direito de apenas 1,69m é o atleta mais baixo do elenco e foi o herói do empate diante do Tigres do Brasil
02/02/2015
O futebol é capaz de proporcionar ótimas e improváveis histórias. O Nova Iguaçu perdia o jogo para o Tigres do Brasil debaixo de chuva em Xerém, com um jogador a menos em campo. Mas, nos acréscimos, coube ao baixinho Cesinha o papel de herói. Menor atleta do elenco, com 1,69m de altura, e logo na sua estreia como profissional, marcou de cabeça o gol do empate em 1 a 1.
Aos 46 minutos do segundo tempo, o Nova Iguaçu tinha dois atletas a menos - além de Paulo Henrique, expulso no início da etapa final, o zagueiro Jorge Fellipe estava sendo atendido do lado de fora do campo. E, na cobrança de escanteio do lado direito, o lateral Cesinha veio de trás, se adiantou à marcação de Paulinho Guará e testou para o fundo das redes, igualando o duelo:
"Não iria para a área, mas o professor gritou para eu ir, porque era o último minuto de jogo, e graças a Deus consegui fazer o gol e ajudar a equipe. Foi um momento especial, o gol saiu num momento em que precisávamos. Lutamos até o final, porque sabíamos que poderíamos buscar esse empate", revelou o jogador, ainda emocionado com o lance:
"O resultado dá um incentivo maior para fazermos um bom campeonato. Vamos procurar fazer história nesse Carioca", prometeu.
Para o técnico Eduardo Allax, vontade do jogador foi premiada:
"Ele nem era para estar ali, geralmente ele fica na marcação aos atacantes lá atrás nas cobranças de escanteio a favor. Mas ele pediu para ir e falei que poderia, porque estávamos naquela hora com dois a menos. Ele está de parabéns pela atitude e pela agressividade", elogiou o treinador.
Cesinha chegou sem alarde ao Nova Iguaçu, no meio do ano passado. Cria das divisões de base do Palmeiras, onde ficou oito anos (entre 2006 e 2014), ele primeiramente foi incluído no elenco de juniores, que disputou o Torneio OPG no segundo semestre. Recebeu oportunidades no time titular na fase final e, promovido ao elenco principal esse ano, conquistou o posto de titular:
"Sofri uma lesão no Palmeiras e quando voltei não atingi o mesmo ritmo e acabei não sendo aproveitado. Ainda tinha mais um ano de contrato, mas resolvi rescindir e procurar alguma coisa melhor na minha carreira. Queria agradecer muito ao Jânio (Moraes, presidente) e ao Jorge (Moraes) pela força, por ter aberto as portas. Cheguei com uma certa desconfiança, mas fiz um bom campeonato no OPG e vim focado para essa pré-temporada. Agora é ir com tudo no Carioca para fazer história aqui no Nova Iguaçu", projetou.
De fala mansa e tranquilo, o jogador tem nas costas uma tatuagem que exprime bem sua filosofia de vida: "Vou lutar por mim, mas vou vencer por vocês. Minha família é a minha vida".
Natural de Pindamonhagaba, no interior paulista, Cesinha se emocionou ao agradecer o apoio dado pela família. Seu pai, Cesário, veio ficar com o filho em Nova Iguaçu para dar suporte ao lateral-direito, de apenas 20 anos. Na comemoração do gol, foi ao encontro do pai na arquibancada:
"Foi uma emoção muito grande. Ele está afastado do serviço e tem ficado aqui no Rio comigo. Esse gol é para toda minha família, para minhas irmãs, que estão lá em Pindamonhagaba, meus amigos e para meus avós, que hoje estão no céu, por parte de pai. Prometi a eles que um dia eu seria jogador de futebol profissional e hoje estou realizando esse sonho aqui no Nova Iguaçu", revelou o jogador (foto).
Agência FERJ