NOTA OFICIAL COAF-RJ

Jorge Rabello, envia nota oficial da Coaf-RJ

27/01/2012
Noticia

Exposição de motivos sobre a decisão do Rio de Janeiro de não aceitar a mudança de lado do AAA-árbitros assistentes adicionais recomendado, repito, recomendado não é determinado, pois trata-se de experimento de qualquer forma acho que devemos fundamentar nossa posição.

O Rio não optou por formula antiga nenhuma, o Rio optou pela continuidade da forma inovadora e correta que chamou atenção da UEFA e posteriormente da FIFA/IFAB.

Portanto, se existe alguém com autoridade para estabelecer juízo de valores sobre os árbitros assistentes adicionais (AAA), esse alguém é a comissão de arbitragem do Rio de Janeiro, pois realiza esse trabalho há exatas cinco temporadas.

As pessoas no Brasil precisam entender que a FIFA/IFAB, não é o olimpo, essas entidades são constituídas por pessoas que erram e acertam como nós seres humanos normais, portanto, podem e devem ser questionadas e desafiadas sim, dentro da legalidade das regras do jogo.

Existe um trecho de uma canção bíblica que diz "é muito mais fácil falar sobre alguma coisa do que realizá-la", pois é isso que acontece nas orientações da IFAB sobre a colocação do AAA, ou seja, como o experimento nunca foi testado nas competições da FIFA, estabelecem normais e procedimentos cuja experiência é zero.

Pior do que determinar a troca de lado dos AAA, é não fundamentar, ou seja, quero que faça e pronto ora, comigo não funciona ou me convence tecnicamente ou não faço, podem não gostar, podem me criticar, podem mandar email para os comentaristas de arbitragem, mas aviso trata-se de um experimento que começou no Rio de Janeiro em Abril de 2008, portanto, os AAA nas competições do Rio de Janeiro continuarão na posição original.

O Sr. David Macvicar, representante da IFAB, esteve no Brasil em 2011 acompanhando os trabalhos desenvolvidos sobre o AAA em São Paulo e no Rio de Janeiro. Sobre o Rio de Janeiro especificamente posso afirmar que o Sr. Macvicar, ficou bastante impressionado com trabalho técnico desenvolvido com os AAA, chegando a afirmar que dos trabalhos que tinha tido a oportunidade de observar até aquele momento, o do Rio de Janeiro era o melhor formatado.

Algumas considerações foram feitas e debatidas como, por exemplo, a questão das sinalizações feitas pelos AAA o Sr. Macvicar ponderou sobre o perigo de haver exposição indevida por ocasião de uma tomada de decisão contraditória entre o AAA e o árbitro central. Nossa argumentação foi de que, criamos os gestuais do AAA apenas para lances objetivos, ou seja, tiro de canto, tiro de meta com saídas de bola de forma clara, quando for lance apertado o AAA deve apenas falar e não sinalizar, ou seja, nada diferente do que é passado para o árbitro assistente, quando for saída de bola de forma clara informar de forma direta, quando for apertado manter contato visual com o arbitro central e depois informar a quem pertence o arremesso lateral.

Portanto, nas questões subjetivas o AAA sempre irá falar e não sinalizar. Temos um acervo com mais de 30 lances ocorridos no Campeonato Estadual do Rio de Janeiro de 2011 com tomadas de decisões conjuntas entre o AAA e o árbitro central, tomadas de decisão que definiram resultados e salvaram o jogo, pois se ali não estivesse colocado o AAA, os lances não seriam percebidos pela equipe de arbitragem por situações diversas.

O único argumento, para a troca de lado dos AAA, repito único, pois me foi passado pelo próprio Mr. Macvicar era que a UEFA tinha alterado a centenária diagonal do árbitro central, ou seja, ao colocar o árbitro central do lado esquerdo (olhando para o gol do centro de campo) a UEFA mudou o posicionamento do árbitro central para o lado direito e a IFAB achou essa situação muito perigosa para o futebol.

Ora, sendo esse o problema, e eu disse isso pessoalmente ao Mr. Macvicar bastava apenas permanecer com árbitro central em sua diagonal centenária e quando a situação do jogo exigisse o árbitro central se deslocaria até o lado direito na altura da meia lua da grande área tendo, portanto ampla cobertura em ambos os lados. A arbitragem moderna exige que tenhamos a percepção para entender que a diagonal centenária dos árbitros tem que ser encarada, não mais, como um trilho (com deslocamento único e permanente) e sim, com uma trilha (com possibilidades de buscar novos caminhos com assim a situação exigir).

O que acontece com o deslocamento do AAA para o lado direito junto ao árbitro assistente, não vou nem entrar no mérito da questão sobre o que pensam os árbitros assistentes a respeito, algumas mensagens pelo Brasil já chegaram para mim, mas esse deslocamento do AAA, criou uma "zona cega" no campo de jogo, uma parte do campo na diagonal do árbitro que dependendo da situação o árbitro central ficará impossibilitado da tomada de decisão com segurança e pior não terá ninguém para auxiliá-lo, já que, o AAA estará do outro lado da meta.

Vejamos as seguintes situações só para exemplificar:

- Como ficaria o famoso caso do Thierry Henry, no gol de mão da França, o AAA do outro lado veria?

- Em um contra ataque rápido onde o arbitro central fica impossibilitado de chegar próximo a jogada e acontece um contato físico que ele da distancia em que se encontra considera faltoso, portanto, sanciona a infração que foi muito rente na linha lateral da grande área na sua diagonal e o mesmo não tem a certeza se foi dentro ou fora da área. Quem vai ajudar? O AAA do outro lado veria?

- E naquela jogada em que, por questões situacionais o árbitro central, apesar de estar em sua diagonal fica encoberto e acontece um contato físico entre goleiro e atacante, naquela jogada característica de saber se houve ou não simulação e se houve um toque intencional do goleiro, quem vai ajudar? O AAA do outro lado ajudaria?

Portanto, essas e mais diversas situações de jogo, comprovadas em vídeos farão parte da fundamentação que estaremos enviando ao final da competição para a FIFA/IFAB, fazendo uma exposição de motivos com texto de fundamentação das regras do jogo, bem como, um parecer muito interessante de um conceituado oftalmologista a respeito de visão periférica em espanhol e inglês.

 

 Jorge Rabello

Presidente da COAF-RJ

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